quarta-feira, 18 de setembro de 2013

História do Rio Grande do Sul pré-colonial em exibição no Museu da UFRGS

A história do Rio Grande do Sul pré-colonial contada a partir das pesquisas dos arqueólogos é o tema da mostra “12000 anos de história: Arqueologia e Pré-História do Rio Grande do Sul”, que está exposição no Museu da UFRGS.  Evento gratuito.
O foco é a história vista de maneira abrangente, revisitando o ponto de vista indígena, marginalizado no ensino escolar. Para ajudar nessa revisão histórica, além da exposição outras atividades estão previstas, como visitas mediadas, oficinas, cursos de capacitação de professores da rede pública e kits arqueológico-didáticos.
Dividida em três movimentos migratórios, a história do RS é recontada a partir das populações coletoras e caçadoras que se espraiam ao longo dos rios Uruguai, Jacuí e Ibicuí; depois as populações horticultoras/agricultoras vindas do norte que se estabelecem nas margens dos grandes rios, na planície litorânea e no planalto central; e, por fim, a chegada dos europeus.
“12.000 anos de História: ...” é promovido pelo Museu da Ufrgs e pelo Núcleo de Pesquisa Arqueológica do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e conta com a curadoria de Sílvia Copé, doutora em Pré-História e coordenadora técnica do NuPArq – UFRGS. Também apoiam a Sociedade Brasileira de Arqueologia, o Ministério da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A Petrobrás entra como patrocinadora.
É possível visitar a exposição de segunda à sexta, das 9h às 18h, e no último sábado de cada mês, das 9h às 13h. O Museu da UFRGS fica na Avenida Osvaldo Aranha, 277/ Campus Centro.
Mais informações pelos telefones 51 3308.4022 / 3308.3390, e-mail: museu@museu.ufrgs.br e site do Museu www.museu.ufrgs.br.


REFERÊNCIA:
Texto extraído do site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Acessado em 18/09/2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O porvir do passado - Néstor Canclini

Interior do Palácio da Liberdade - Belo Horizonte
Quando falamos sobre museus e locais de memória sempre atribuímos esse trabalho a um a restauradores, arqueólogos, historiadores e museólogos, ou seja, os profissionais responsáveis em proteger e difundir o patrimônio. Esquecemos que a construção de uma identidade nacional é dever de todo o cidadão.

Mas que tipo de patrimônio preservar?  O que comemorar? Qual nossa identidade nacional?

A própria noção de patrimônio é uma criação de ideologia oligárquica, um tradicionalismo hierárquico que nos é dado como um "dom", algo essencial para nossa formação e identidade nacional, uma celebração unilateral e inquestionável da "verdade"que é repetida pela escola com o objetivo de fixar e divulgar a todos.
Coroa Imperial em exibição no Museu Imperial

Para entender o patrimônio precisamos compreender as relações da sociedade com o passado e a ritualização cultural. Os museus e monumentos surgem nesse contexto como instrumentos de teatralização que auxilia na reprodução dessa origem mágica e heróica.

O tradicionalismo revela-se como uma resistência à modernidade, onde tudo que foi construído e que está enraizado corre o risco de desaparecer. Comemorar esse passado "legítimo" construído através de grandes feitos e grandes heróis torna-se uma zona de conforto onde todas essas celebrações se repetem sem precisar de questionamentos, como se fosse uma fuga da modernidade ou do verdadeiro sentido da comemoração.

Qual o papel do museu nesse contexto todo?
Museu da Maré - Rio de Janeiro
Os museus surgem como sedes cerimoniais onde o patrimônio é teatralizado e hierarquizado, lugar onde é guardado e celebrado, onde se reproduz o modo de pensar de determinados grupos que organizam seu acervo.
Ou seriam os museus lugares para se discutir essa ideologia hierárquica e resgatar a verdadei
ra história de nossa identidade nacional, isso é o que podemos perceber com as mudanças na concepção museal atual, onde os "outros passados" são resgatados e vem de encontro à tradição questionando-a e trazendo a luz novos personagens de nossa história.


REFERÊNCIA:
GARCÍA Canclini, Néstor. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2003. p. 159-204: O porvir do passado.

domingo, 8 de setembro de 2013

Bauman, Berman e a Modernidade

Ao longo do tempo a sociedade atravessa períodos de constante alterações em todos os seus aspectos: política, economia, cultura, etc. As mudanças caracterizam o que o sociólogo Zygmunt Bauman chama de modernidade líquida; esse conceito de liquidez se deve ao fato de que nossa sociedade contemporânea não é estável, tudo é volátil.
A analogia feita com o movimento de um líquido sobre uma superfície nos faz perceber sua adaptação, onde ao passar por um sólido não muda suas características. Desse modo Bauman demonstra que a modernidade se adapta aos sólidos sem causar grandes transformações, ou deformações, nestes.
Mas a modernidade ao assumir esse caráter líquido poderia encharcar ou corroer as estruturas de um sólido?
Pense em uma montanha que com o passar do tempo tem sua base corroída pela erosão causada pela água que molda e contorna seus paredões. Para Marshall Bermann é o que acontece com nossa sociedade contemporânea, alguns sólidos tem que se adaptar às transformações da modernidade para continuarem a existir.
O capitalismo, por exemplo, é um sistema sólido desde sua criação mas que com o passar do tempo e com as transformações da sociedade teve que se moldar para continuar firme e forte, a história da administração nos mostra isso. A Igreja Católica, outro sólido, adapta-se lentamente à modernidade abraçando as redes sociais e novas tecnologias para continuar a transmitir e reforçar seus dogmas. Outros sólidos que podemos citar são a família, o sistema educacional, a comunidade, todos esses e outros passam por processos de mudança.
Diante de todo esse debate compreende-se que a sociedade contemporânea necessita de uma preparação melhor para compreender todas as mudanças e principalmente a rapidez com que elas ocorrem, desse modo permitir novos olhares acerca das diferenças. Com certeza alguns sólidos ainda terão de passar por mudanças extremamente radicais para que as mentalidades possam aceitar melhor os rumos dessa sociedade, seria muita ousadia em afirmar que nossa sociedade esteja beirando a modernidade gasosa, já que como Karl Marx afirmava e Marshall Bermann intitula seu livro, "tudo que é sólido desmancha no ar".
E você concorda?      


REFERÊNCIAS:

BAUMANN,Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.p.7-22
BERMANN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p.15-35

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

E assim iniciamos mais uma aventura...

Este blog tem por finalidade debater assuntos relacionados a museus e museologia, um espaço para trocar idéias e comentários sobre museus e outros assuntos. Não é somente para museólogos e sim para todos que gostam e admiram os museus e a importância da difusão da cultura.